Toda virada têm a sua transformação.
Apesar dos pesares a Virada Cultural continua sendo uma invenção moderna e ousada, que acaba sendo uma boa diversão e distração a todo e qualquer tipo de público. Já que a vida do Paulistano e agregados é tão corriqueira.
Pode-se dizer que amanhã de manhã o centro (local aonde eu trabalho já há dois anos) amanhecerá um terrível caos, tanto espaço físico e limpeza, claro, a baderna valeu a pena, mas será que realmente preencheu a expectativa de todos? Já que a Prefeitura e Organização da Virada Cultural disseram em nota à Imprensa que a estimativa "mínima" eram de 5 milhões de pessoas, mas o número ficou na casa dos 3,5 /4,0 nos dois dias de festa que contou com cerca de 1,049 atrações internacionais e nacionais.
O investimento ficou por conta da Prefeitura que gastou cerca de R$8 milhões de reais para realizar o evento, mas mesmo assim reclamações à respeito dos banheiros químicos que ficavam localizados e amontoados em locais distantes dos palcos era "hit" na boca do povo, eu mesmo tive de andar 10 minutos para encontrar um disponível, detalhe: a muvuca era tanta que o tempo de espera era de 8 minutos, resultado, as ruas viraram mictório livre, sem pudor ou o menor respeito os pedestres faziam as suas necessidades nas ruas e nas estações de metrô, algo inadmissível. Mortes e brigas ocorreram, o policiamento estava razoável, mas não impediam que os furtos e a pancadaria comessem solto(a) à noite toda. A morte de jovem de 17 anos, morto à facada, em frente ao palco da São João é algo insustentável e lamentável, no entanto, presenciei um rapaz sendo levado às pressas ao Pronto Socorro mais próximo, vítima de uma garrafada no super cílio, péssimo!
Palcos como São João, Barão de Limeira e Santa Efigênia foram pouco vigiados pelo a polícia militar e a guarda civil.
A bebida e a comida estava sendo cobrava em um preço acessível, uma latinha de cerveja saia por mais ou menos R$2,50 a R$3,00, ou duas por R$5,00 - o famoso latão estava na faixa dos R$4,00, já que em vista do ano passado que o valor cobrado era de R$5,00 a R$8,00 reais. Claro que os ambulantes lucraram e muito com essa festa.
Já o transporte público era algo incrível, o metrô funcionou initerruptamente por 24horas que acontecia a festa, mas mesmo assim a fila para comprar um bilhete de metro era kilometrica e as pessoas passavam cerca de 40 minutos só para adquirir o bilhete, outra coisa bem desorganizada foi a entrada e saída dos participantes que se amontoavam nas entradas das estações, tudo porque a direção do metrô decidiu liberar a entrada de dois em dois, já deu para imaginar a fila que dobrava cada esquina próxima a uma estação. O tempo de espera era de 7 a 10 minutos, um terrível desrespeito e para melhorar os guardas anúnciavam em megafones -"Calma pessoal, não há razão de empurra-empurra, o metrô ficará aberto 24horas! Vamos colaborar!" - até parecia mentira, mas não era.
A pontualidade dos shows foi algo que realmente me impressionou e com certeza deve ter impressionado a muita gente que foi à Virada Cultural, quase todos começavam pontualmente - em exceção a alguns que atrasavam de 10 a 15 minutos, mas a agitação era tanta que nem dava para perceber tal atraso.
O dia era de festa, mas infelizmente sempre há de ter um ou outro espírito de porco, inclusive àqueles que ficavam às margens das calçadas fazendo o uso à vontade, principalmente nas esquinas da São João, Duque de Caxias, General Osório e Sta Efigênia - cenas horripilantes e pré-selecionadas para qualquer filme de terror. Certamente! Em nota à imprensa, a TV CULTURA disse que a tropa de choque teve que fazer a escolta de alguns repórteres e jornalistas que por ali estavam, tudo isso, porque, alguns marginais estavam tentando assaltar a van da emissora. Fala sério! Cadê o policiamento tão prometido pela Prefeitura, em Kassab?
Apesar do pesar, a Virada Cultural é um evento que promove a diversidade cultural entre todo e qualquer paulistano - o espírito da coisa é esse, e esperamos que ano que vêm, a situação seja de menos caos e mais diversão.