Se Mademoiselle Coco Chanel estivesse viva talvez sentiria-se feliz ao ver a grande variedade de flanelas e xadrez que hoje viraram vestuário mais que obrigatório dos fashionistas, tudo começa no Séc XIX na escócia, onde proprietários de terras daquela época encontraram como alternativa uma roupa para, quizá, identificá-los como roupa tradicional escocesa, sim, pode até ser, alguém lembra dos famosos “kilts”? Quem sabe! Mas o assunto é que, somente no Séc XX, o xadrez toma conta das grandes cidades, da cena fashion e das bandas de grunge como Pearl Jam e Nirvana - que adotaram o xadrez como roupa clássica de um bom show de rock-fashion-roll.


Kurt que me desculpe, mas já é ícone fashion desde sempre, pois, um bom tartã(xadrez), é mesclado com peças vanguardas, descoladas e classicas, o preto básico tem espaço garantido em qualquer passarela, sejam elas NYFW, London Fashion Week, SPFW e Rio Fashion Week, mas o bom e velho xadrez é tendência em todo lugar.
Embora não tenha sido Kurt quem criou esse hit que bomba em todo inverno e verão, isso não pode ser encarado como nenhum back-to-back, pois, Coco Chanel fez isso muito bem estruturado em peças como tweed, cardigãs, saias, calças, mantôs, casaquinhos e vestidos que tornaram-se popular na década de 60. Esperta!
Como já não era de se esperar na década dos anos 70, os Punks foram os donos da vez e criaram a sua identidade visual, forma de expressão aplicando em seus visuais quase que sempre frenéticos, kilts, blusas, calças e cintos o famoso xadrez.

Passado isso, o movimento anarco-punk foi liberado de seu hot-spot, e logo em sequência vieram os cybers-punk, uma mistura de clubbers, mas com uma pegada mais dark, sem falar na música eletrônica pesada, Não podemos deixar de falar dos esquecidos escoceses que, sempre usam xadrez, é quase uma roupa santa para eles. Quem dirá um quase, outwear!*¹.
Toda essa nova geração teenager-adult, quer ter, tem, compram, gostam e usam, nada de ficar fazendo àquele drama, pois a combinação com cores primarias, neon, fluor ou clássica, sempre dá certo! Opa, perigo à vista, porque se não for a escolha certa rola um tipo kitsch(breguice), aí já viu, não haverá santo que segure as línguas felinas de todo mundo.
Londres, a terra da rainha, será sempre pautada quando o assunto tratar de referências nas combinações inusitadas e eixo fashion, sim, porque de “match-match”*², àquele básico combinado, jeans, camiseta lisa de uma cor, ou conjuntinho, macacão de cores únicas.
Tava na hora de guardar a ideia fixa do pretinho básico e do jeans colado, o famoso combinadinho está com os seus dias contados, sabe? Os looks da garotada vão de total vanguarda, cobrem o fashion e passam pelo lado classic, pois é ali em West-London, que o comum é ser diferente, surrealista, unique, tudo é uma composição de pessoas brigando pelo o seu estilo, seja bohêmio, inusitado, divertido e fashion, também não é nada fácil arranjar-se pela cidade, já que, o fashion-market, é grande e tem gosto pra tudo.
A estilista Vivienne Eastwood foi a pioneira nos anos 80 lançando a padronagem xadrez, exigindo uma repaginada em todo look que fosse criado nàquele tempo em que o pop era a ascenção do momento e crescia disparadamente.
As roupas foram se adaptando conforme novas demandas foram aparecendo nos 4 cantos do mundo, grande parte dessa demanda, até então, recém criada, era evocada somente por peças basicas e uma tímidez tamanha, mesmo com nova onda da geração colorfull, o xadrez permanece intacto, irreverente e com força para continuar nessa batalha fashion.

Já o Brasil atendeu à demanda chess com um olhar clínico, sensual, jovem e casual, mesmo sendo um país onde o xadrez só teve espaço em desfiles nos anos 80, as peças continuam a superar as espectativas do público, engraçado é observar crianças comprando xadrez, coisa que há anos atrás era tudo muito desconhecido e o tartã era conhecido como roupa de festa junina, do brega e do caipira – O brasil é definitivamente um país que emerge e aproveita as oportunidades logo na primeira sacada.
*Outwear, roupa lingerie que usa-se por fora, mas pode ter sentido se bem for colocado.
*jargão usado pelo estilista Michael Kors) eles não tem!