Artista renova cena nova yorquina dos anos 80 e traduz seus pensamentos em telas vibrantes
Cores e animação, essa são as palavras para descrever os trabalhos da exposição “Selected Works” por Keith Haring, que foram apresentados na Caixa Cultural, na Avenida Paulista em São Paulo, o evento aconteceu entre os dias 31 de Julho à 05 de Setembro, “Estudo design de interiores e nunca vi uma exposição com tanto frescor e animação, a realidade de Keith era incrívelmente real”, comenta o estudante Alan Robson. O artista ficou famoso após reformular a ideia americana sobre o caos dos anos 80, apenas por desenhar e grafitar nos buracos subterrâneos do metrô de Nova York.

Anos sendo criticado pela mídia tradicional e os artístas modernistas Keith conseguiu uma incrível visualização no submundo dos irreverentes e com grandes nomes como Andy Wharhol e Roy Lichten, considerados como modernistas e inovadores, a cada tela pintada, desenho criado Keith grafitava e deixava uma marca de paixão por sua arte contemporânea, além de mensagens de paz, amor e compaixão ao próximo, tudo em papel vegetal e silk.
“Uma das maiores fontes do nosso universou foi ele, assim como para tantos outros criadores de invenção , assim ele mesmo dizia –“Toda tela é uma inveção, toda invenção é arte”, comenta o sociólogo Paulo de castro. Para o artista as telas representavam a fascinação do dia-a-dia que todos os adultos, velhos e crianças viviam e estavam perdendo, além de mensagens de conscientização que Keith enviava constantemente ao público.

Keith era muito além de um simples artista de rua que grafitava e um dia chegou até ser preso pela polícia, ele transformou-se em estrela do dia para a noite, chegando a desenhar cerca de 20 telas para os filhos de Hans Mayer, literário alemão que o apoiava em tudo o que fazia, mesmo que Keith não chegou assinar às criações devido de uma agravação no seu estado de saúde que em 1988 declarou abertamente ser portador do vírus HIV/AIDS e em 1989 criou o Keith Haring Foundation com intenção de ajudar e aumentar o ativismo, consciência a respeito da AIDS. Keith faleceu em 1990 aos 31 anos.
“A melhor razão para pintar é que, não há razão para pintar”, Keith Haring Journal, pequin book – 2010.
Um trabalho realista e coordenado com a situação atual do mundo é representado nas telas “The Valley”, “Apocalypse”, “The Story of Red and Blue” e “Silence Death”, onde Keith mesclava cores vibrantes, formas geométricas e alienação, que trouxe a tona críticas ao mundo moderno do suicídio, covardia, apelo sexual e drogas em legalização, "Acredito que ele sempre quis dar o alerta máximo a todos que por aqui passam, pois, é praticamente impossível deixar de notar a sincronia que Keith fez, isso mostra que ele amava o que fazia é sem dúvidas a melhor exposição que fui esse ano”, diz Paulo.
A arte de Keith Haring não limitou-se à uma exposições, ele foi além de todos, consagrando o seu nome em diversos lugares do mundo como Brasil, Londres, Amsterdã, Tókio, Bordeaux, e Alemanha onde ele pintou parte do mundo de Berlim, além de tudo em 2009 a cantora Madonna usou em sua turnê mundial usou os trabalho de Keith fazendo uma homenagem ao amigo e alertando sobre o risco da AIDS ,“Depois de tudo que eu vi aqui me dá até vontade de desenhar”, brinca Alan, “Mas não vou fazer feio, deixarei isso para àqueles que tem esse dom”, conta.
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